Perene

Thursday, December 29, 2005

Surpresa Rural

Merilú... Merilú... Merilú... Gritava Zé Maria com as mãos a boca em forma de concha, olhando de um lado para outro, caminhando em volta da pequena casa onde vivia no Sítio da Tranqüilidade, nome por ele dado aquela propriedade de metragem generosa.
Homem grosseiro em seu aspecto, embora calmo, de pouca cultura, mas educado, solteiro, mora sozinho naquela casa aconchegante.
Tem como vizinhos três homens e duas senhoras que são seus empregados nas pequenas lavouras de milho, feijão e horta de alface, cenoura e tomate e residem em casas construídas na propriedade. De repente surge ela muito bonita, saudável, com passos curtos, firmes e rebolativa e passa por ele seguindo o caminho existente entre o milharal e um barranco que dá acesso a uma gruta abandonada que serviu de extração de giz, sempre agitando seu pequeno rabicó.
Merilú, uma cabra de boa raça, produtora de leite de qualidade, já conhecia o ritual de todas as manhãs. Subiu numa pedra com um pouco menos de cinqüenta centímetros de altura, ajeitou-se como uma cadela no cio esperando a cobertura do cão.
Logo a seguir surge Zé Maria que se aproximou de Merilú e colocou-se ao lado daquela fêmea caprina para prática de ato anormal.
Zé Maria teve uma infância quase miserável e ainda pequeno sofreu acidente em cerca de arame farpado, resultando em fratura peniana, o que não foi corrigido por seus pais, gente completamente ignorante, excessivamente pobre e exageradamente tímida, deixando ao sabor da natureza a cura para o seu filho, o que ocorreu, após longo período de dores e o resultado definitivo de membro “quebrado” para a esquerda. Além de seus pais e Merilú, só mesmo dona Carla, uma prostituta de 55 anos de idade que ocasionalmente atendia Zé Maria na Casa da Luz Vermelha, no município vizinho a 40 km de distância, sabiam desta particularidade.
A vida seguia tranqüila naquele sítio quando certo dia, no fim da tarde, uma morena bonita, jovem, bem trajada, muito maquiada para o costume rural, se aproximou da casa e batendo palmas, anunciou-se.
Zé Maria atendeu surpreso pela beleza da moça, curioso e muito nervoso pela timidez diante das mulheres. Daí o porque se manteve solteiro até seus 40 anos de vida. Sexo só com dona Carla. Ele a pagava com tarifas superiores às usuais, para que ela guardasse silêncio durante o coito e segredo de sua anomalia. A idade e obesidade de dona Carla, nos últimos seis anos, levaram Zé Maria de encontro a Merilú.
“Meu nome é Maura”..., informou ela e continuou: “e estou aqui na qualidade de funcionária do IBGE para fazer o senso rural deste ano”..., completou.
Zé Maria a convidou para que entrasse e no interior da casa, Maura questionou o proprietário sobre seus afazeres rurais, pecuária, agricultura e outros itens para índice do Governo. Zé Maria não tirava os olhos das pernas de Maura que as exibia ao cruzá-las continuamente e vez por outra agachava para pegar a caneta que “acidentalmente” caía, deixando a amostra aquele lindo par de seios que possuía.
As perguntas foram muitas e a noite caiu como um raio no Sítio da Tranqüilidade. Ele a convidou para que pernoitasse em sua casa, o que foi de imediato aceito por Maura, que já pensava em pedir caso ele não a convidasse. Jantaram, conversaram e depois Zé Maria mostrou o quarto que ela dormiria e ambos se recolheram.
O agricultor na cama pensava naquela mulher maravilhosa que sua timidez impedia de cortejá-la, quando bateram na porta de seu quarto.
“Só podia ser ela”..., pensou porque só havia duas pessoas na casa e uma delas era ele. Ajeitou o pijama e abriu a porta. Lá estava ela, vestindo apenas uma minúscula calcinha vermelha e um chinelo bem feminino, também vermelho, para combinar com a pecinha íntima.
Nada disse. Pegou Zé Maria pela mão e puxou-o para a cama. A noite foi curta para tanto namoro e beijos na boca, sendo que Maura não se deixou tocar em sua intimidade maior o que foi respeitada por Zé Maria que, na sua inexperiência com as mulheres, pensou estar ela inibida pelo fato de ser a primeira vez deles.
Zé Maria acordava cedo diariamente e nesse dia não foi diferente, apesar do cansaço. Abriu os olhos e encontrou na sua cama aquela linda e fogosa mulher. “Não foi sonho a noite passada, ela existe de verdade”..., pensou ele. Observando-a dormir profundamente, pela primeira vez na vida ele teve coragem de ousar e desceu a calcinha delicadamente para que ela não acordasse.
Que surpresa!
Assustado, ele ficou imóvel olhando aquela mulher que era tão homem quanto ele. Zé Maria foi até a sala, tirou da parede um chicote que decorava o ambiente, voltou ao quarto e acordou aquela “mulher” que dormia na sua cama.
Maura levantou-se assustada, chorando e confessou: “Sou Mauro, nascido homo há 25 anos e soube de sua anomalia, com todos os detalhes, após uma grande bebedeira de Carla que se acha abandonada por você. Fiquei apaixonada mesmo sem te conhecer e tive que inventar a história do IBGE para conseguir me aproximar. Deixe-me ficar contigo. Ninguém aqui saberá e eu te farei mil vezes mais feliz do que você foi à noite passada...”.
Por muito tempo Merilú berrou, todas as manhãs na gruta, a perda do companheiro matutino.

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