Perene

Thursday, December 29, 2005

Nova Iguaçu,

Velha Paixão

Nascida no século XVII e antes de possuir o nome de Maxambomba e posteriormente Iguassu, Nova Iguaçu foi palco de muitas batalhas entre conquistadores portugueses, índios e invasores franceses.
Caminho obrigatório para viagem terrestre a São Paulo, suas estradas feitas de pedras e terra batida e margeadas pela floresta Atlântica, campos, alagados, rios e riachos de águas transparentes e fartas espécies aquáticas, foram testemunhas de viajantes mascates no exercício do comércio e nobres da realeza, para exercício dos cargos que ostentavam e até para seus encontros amorosos entre Rio de Janeiro e São Paulo.
Também por elas transitaram a caminho das minas gerais, exploradores e comerciantes de ouro e pedras preciosas, que foram deixando vilas, engenhos e Igrejas, algumas ainda existentes.
Suas terras se derramavam entre a Baía de Guanabara e as serras de Gericinó e mesmo perdendo espaço com a criação de novos municípios no século XIX, se impôs com grandes plantações, principalmente de laranjas, quando se tornou exportadora da fruta.
Sua localização geográfica a 30 km da cidade do Rio de Janeiro trouxe-lhe progresso rápido, população crescente e riqueza na economia pública, como também problemas sociais elevados, classificação de cidade dormitório e perda parcial de sua identificação de comunidade emancipada.
Tem pavilhão, hino, história e o Parque Nacional do Tinguá, mas infelizmente poucos iguaçuanos os conhecem e seu nome é exaustivamente substituído por Baixada Fluminense ou Grande Rio.
Berço de políticos importantes no Estado do Rio de Janeiro, que pouco fizeram para sua grandeza econômica, social, cultural, educacional e turística, deixando escapar de um município, que já foi o sétimo em população no Brasil, a oportunidade de ser reconhecido, dentro e fora dos limites nacionais.
Nova Iguaçu tem hoje sua base econômica plantada num razoável número de indústrias. Parcialmente circunscrita por serra, oferece ao empreendedor público ou privado a criação de um Parque Nacional com base turística composto por hotel, cinema, restaurante, moderno parque de diversão, servido por estrada asfaltada e de ferro, subindo as terras altas, proporcionando aos visitantes uma vista esplendorosa da cidade e da capital a distancia, observando o que a natureza já há milhões de anos passados, forneceu, como a floresta, fauna, flora, rios, cachoeira, lago e até um extinto vulcão.
O acesso à Nova Iguaçu é um dos melhores de todo o Brasil, já que o município é cortado pela Rodovia Presidente Dutra, que liga o Rio a São Paulo e é uma das mais importantes do continente e pela Estrada de Ferro Central do Brasil que segue do Rio para São Paulo, Minas Gerais e Sul do Brasil, portanto com garantido retorno financeiro.
Um trabalho cultural divulgando sua história dirigido à sua população e rede escolar, despertará nos munícipes naturais e nos gentilmente adotados o antigo orgulho e devolverá à Nova Iguaçu, A Velha Paixão.

14 Comments:

  • At 5:44 PM, Blogger Renata said…

    Oi, Paulo, é tão difícil ver um blog de alguém de tão perto por aqui...

    Que coincidência vc ter achado o meu...

    :)

     
  • At 11:54 AM, Blogger brasil said…

    Zanon, via Orkut
    Paulo, parabéns pelo seu texto. O que a cidade de Nova Iguaçu precisa é exatamente de gente que goste dela e que pense em vê-la melhor. Infelizmente a maior parte dos iguaçuanos só tem olhos para o Rio de Janeiro e só pensa em emlhorar de vida para mudar-se para o Rio, de preferência para a Zona Sul.
    Faço apenas pequenas correções em seu texto. Nova Iguaçu não perdeu terras para novos municípios no Século XIX. Apenas em 1835 perdeu a Freguesia de Inhomirim que foi incorporada a Magé. Nova Iguaçu permaneceu íntegra desde então até meados do Século XX, quando perdeu o Distrito de Arcádia para Vassouras e foi emancipada Duque de Caxias. Daí em diante vem perdendo terras sucessivamente pela ânsia dos políticos de criarem empregos para prefeitos, vereadores, secretários municipais, assessores, etc.
    Outro reparo que faço é quanto à distância do Rio de Janeiro. Nova Iguaçu está no mínimo a 35 km do centro do Rio, como se vê no marco quilométrico da estação de Nova Iguaçu.

     
  • At 11:57 AM, Blogger brasil said…

    Obrigado Zanon, pelo elogio e pelas correções. Na verdade o texto não tem objetivo didático quanto a datas e números. Os que aparecem são meramente estimativos ou aproximados. Eu só quis falar com o coração apaixonado por Nova Iguaçu e fico zangado com aqueles que desdenham e se servem da cidade como se fosse um prato de "lavagem".
    Sou filho orgulhoso de Recife / Olinda, lugares que têm suas histórias trançadas do tamanho do Brasil. O destino me trouxe para Nova Iguaçu nos meus 16 anos, no ano de 1963 quando encontrei a Rua Mal. Floriano Peixo asfaltada do Colégio Leopoldo até o então inexistente Viaduto e a Rua Nilo Peçanha asfaltada da Estação Ferroviária até a Casas Sendas, na segunda quadra. Daí até a Presidente Dutra era mato de meio metro de altura e por ele seguia um "caminho" apelidado pelo bom humor dos residentes de "Caminho dos Veados".
    Aqui fui bem recebido, casei, me tornei pai e exerci até a aposentadoria a profissão de técnico judiciário.
    Os secretários da área de educação deveriam promover a obrigatoriedade da história de Nova Iguaçu como tópico obrigatório da cadeira de História do Brasil, quando deveriam ser reclamados a flâmula, Hino e estatísticas dessa minha cidade e despertar nos alunos o ardor cívico pelos símbolos do municipio. Os secretários da área de turismo serem mais úteis a comunidade e menos políticos. Há muito o que se fazer e a resposta em termos financeiros são otimistas.

     
  • At 11:59 AM, Blogger brasil said…

    Zanon, via Orkut.
    Eu também, apesar de não ser iguaçuano (sou carioca), gosto muito de Nova Iguaçu onde tive uma juventude muito feliz. Foi aí que aprendi a gostar de história, tendo fundado, juntamente com Waldick Pereira, Ney Alberto de Barros e Ruy Afrânio Peixoto, o Instituto Histórico e Geográfico de Nova Iguaçu. Depois, contingências da vida levaram-me para longe e hoje moro em São Paulo. Mas pelo menos uma vez por ano passo uma semana em Nova Iguaçu, andando pelos matos, fotografando ruínas, montanhas, cachoeiras, etc.
    Divulgo para todo mundo que o único edifício vulcânico inteiramente preservado no Brasil é iguaçuano: o Maciço do Tinguá.
    Foi por influência minha que a Prefeitrura de Nova Iguaçu corrigiu em 2007 o mapa do Município. A Prefeitura, por incrível que pareça, acompanhava o mapa errado do Município do Rio de Janeiro que avança em terras iguaçuanas. Pelo mapa do Munciípio do Rio a maior parte da Serra do Madureira é carioca, o que não é verdade. Mostrei o erro à Prefeitura de Nova Iguaçu e o mapa iguaçuano foi corrigido, incluindo a Serra do Madureira em Nova Iguaçu (o Flávio Silva, da comunidade da Reserva Biológica do Tinguá, no orkut, pode confirmar isto). Em janeiro do ano passado fiz uma exposição de fotografias no Fórum iguaçuano (ficou lá por 30 dias) com o título "Nova Iguaçu - minha terra", só com fotos de locais e paisagens iguaçuanas.
    Mas, infelizmente, eu e você somos poucos. A maior parte dos que vivem em Nova Iguaçu - iguaçuanos ou não - têm baixa auto estima. Sentem-se inferiorizados por não serem cariocas e, o que é píor, são desprezados pelos cariocas. Os iguaçuanos não têm que querer ser cariocas. Têm que lutar e defender o lugar onde vivem, fazendo de tudo para torná-lo melhor. A questão não é tanto de dinheiro: é de vontade.

     
  • At 12:00 PM, Blogger brasil said…

    Zanon,
    Os professores Waldick, Ney e Ruy sempre foram expoentes na luta pelas coisas de N Iguaçu, notadamente quanto a pesquisa e preservação de sua história. É provável que eu te conheça embora minhas lembranças quanto a seu nome não tenham se manifestado (afinal, meus 18 anos não aconteceram outro dia, rrsrsrs).
    Por ter trabalhado a maior parte dos 35 anos profissionais na Justiça nesta cidade, inclusive na Justiça Eleitoral, conheci alguns de seus dirigentes políticos. Estou afastado disso tudo há 15 anos e não tenho sequer, notícias de que Waldick e Ney estarem vivos.

     
  • At 12:02 PM, Blogger brasil said…

    Zanon, via Orkut
    Paulo
    Infelizmente Waldick e Rui Afranio Peixoto já faleceram (Waldick faleceu ainda novo, na década de 70). Ney, porém, ainda está vivo e continua mexendo com história. Você o pode encontrar no Espaço Cultural Silvio Monteiro, na Rua Getúlio Vargas, nº 51. Eu saí de Nova Iguaçu em 1960 mas até 1970 fiz muitas andanças com Waldick e Ney. Depois, como já disse, as complicações da vida afastaram-me. Mas nunca perdi totalmente os laços com Nova Iguaçu. E o interessante é que minha mulher, que nunca viveu em Nova Iguaçu, adora essa cidade.

     
  • At 12:04 PM, Blogger brasil said…

    Eu estava em atividade quando da morte do Professor Rui. Soube a alguns anos atrás que o Ney estava muito doente e de Waldick nada sabia.
    Obrigado amigo, pela atenção.

     
  • At 12:07 PM, Blogger brasil said…

    Darville, via Orkut
    Parabéns ao Paulo e Zanon pela paixão a história de Nova Iguaçu.

     
  • At 12:09 PM, Blogger brasil said…

    Marcelo Reis, via Orkut.
    Felicitações a nós IGUASSUANOS
    Sim acho que devemos ser assim IGUASSUANOS com 2 s, pois fico muito feliz quando encontro pessoas como vcs, o Zanon eu já sabia e fico feliz Paulo em ter vc tb no nosso grupo. Mas enfim o que quero falar a vcs que estão morando longe e sentimos que tem o coração aqui, é que realmente vejo um grupo grande de pessoas aqui com o nosso sentimento e esse grupo vem crescendo de pessoas apoliticas e muito sérias então aproveito a convidar a todos que leiam essa postagem e que tem este mesmo sentimento que se unam a nós e não deixemos mais maltratarem nossa cidade que é tão rica e tão promissora .
    Tem muitas coisas boas acontecendo por aqui, é um momento de virada na história da cidade, inclusive estamos voltando com o antigo nome Villa de Iguassú ao bairro original da fundação do Município ( nós somos comunidade obrigando o poder público a dar legitimidade a nossa história).
    Abraços a todos e se unam a nós, pois amamos esta TERRA

     
  • At 12:13 PM, Blogger brasil said…

    Darville, via Orkut
    Olá, moro no município do Rio de Janeiro, mas nasci e fui criado em Nova Iguaçu, em Austin/Miguel Couto. Mas digo que a minha alma e meu coração estão plantados na minha querida Iguaçú para sempre. Ainda nem sequer tranferi meu título de eleitor para o município do Rio....e acho que não o farei.Gostaria muito de ver minha Iguaçu despontando o êxito e glória do passado. Me entristece muito saber que minha querida cidade tem servido de palco e "plataforma" de políticos....enfim.... coisas da vida.

     
  • At 12:14 PM, Blogger brasil said…

    Marcelo Reis,
    Fico feliz em ter pessoas, como voce, ligadas e com amor as coisas de Nova Iguaçu.

    Darville, Obrigado por ter aderido à página de meus amigos:

    Privilégio todo meu
    Ter você como amigo
    Na querida Nova Iguaçu
    Que é o nosso abrigo
    Amamos nossa Cidade
    Para nossa felicidade
    Estou nessa briga contigo!

     
  • At 12:19 PM, Blogger brasil said…

    edson, via Orkut.
    "Baixada e cidadania"
    Caros amigos,
    Tenho dito sempre que o conhecimento da história local fortalece o sentimento de pertencimento pelo lugar de moradia e, consequentemente, desenvolve a cidadania.
    È o que vejo aqui, nesse tópico. Tenho feito diversas pesquisas sobre a história da região e escrevi três trabalhos densos que, quando tiver oportunidade serão editados. Procuro trazer novos conhecimentos e reflexões, abstendo-me de repetir o que muito já se reproduziu ao longo desses anos. Recentemente elaborei uma maquete da BF, que se encontra exposta no arquivo da Cúria Diocesana de Nova Iguaçu, aos cuidados do meu amigo Antonio Lacerda. Estamos também organizando uma exposição sobre a cartografia histórica da região. Se vcs gostam do assunto e tiverem curiosidade de ver a maquete, dêm um pulo até lá. Fica ao lado do SESC Nova Iguaçu, e funciona na parte da tarde, de 2ª a 6ª.

    Abraços.

     
  • At 12:22 PM, Blogger brasil said…

    Marcelo, via Orkut.
    "Villa de Iguassú, volta a ser realidade!!!!!"
    Amigos, estou muito emocionado mesmo... pois lendo de novo todas estas postagens, tenho a certeza que o amor que temos a esta terra, é capaz de fazer milagres.
    Esta semana tive a excelente notícia que o nosso projeto de resgate de nome a antiga Villa, esta indo para Prefeita sancina-lo, e com certeza, educadora como ela é isso não vai ser problema.
    Mas deixo aqui a oportunidade de quem tiver material p/exposição como, documentos históricos, fotos e qualquer outro material didático, que entrem em contato , pois sou responsavel pela programação de eventos do Nova Iguaçu Country Club e ali poderemos utilizar os 2 excelentes salões para uma grande amostra do que é nossa Cidade, faremos uma divulgação na mídia local.
    Precisamos mostrar e fazer as pessoas a desenvolverem o sentimento de PERTENCIMENTO, esta Cidade é rica e linda demais, basta saber olhar.
    Meus contatos : reismarcelo2004@yahoo.com.br 99883551/ 78165915 /83* 11627

     
  • At 12:24 PM, Blogger brasil said…

    Marcelo, via Orkut
    Maquete da São Bernardino
    Edson:
    Como vc outro apaixonado, o arquiteto Flávio Araujo, esta fazendo com muito carinho a maquete da Faz, como uma riqueza de detalhes imprecionantes( Coisa de amor).
    Um lado com as janelas abertas e tdo o mobiliario a vista, espetacular!!! ele ta fazendo sem pressa, não tem prazo p/acabar, é amor a causa.
    Me disse q so tem uma certeza, depois de concluída a unica coisa que ele tem a certeza, é que para a prefeitura não deixa. Teremos que ter um local, mas isso não vai ser problema.
    Este mesmo Flavio, é pianista e por sorte, visitando um sebo no centro do RJ encontrou umas partituras de uma polca criada por Ernesto Nazaré e com dedicatória a Bernardino de Mello. Olha que espetáculo!!! , o nome da Polca, Beija Flores, ficamos ate a imaginar que existiria uma possibilidade de ser em homenagem as imagens dos beija flores, alusivos nas telhas de porcelana azul e branca do beiral do telhado da Fazenda

     

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